O Espaço Ruth Guimarães, do Centro Cultural Santo Amaro, receberá a partir do dia 15/04 a exposição Circuito das águas. As obras pretendem refletir sobre a importância física e simbólica dos rios nos corpos e nas cidades.
“Circuito das águas” estreia no próximo dia 15/04 e deve permanecer durante um mês no
Espaço Ruth Guimarães. A entrada é gratuita
A mostra é a primeira idealização da coletiva Afluentes, grupo formado por Victoria Madeiro, Sabres e danirampe, mulheres trabalhadoras da cultura que pensam e agem por uma arte decolonial. “Arte decolonial é aquela que rompe com a hegemonia eurocêntrica do saber e fazer artístico, que conta histórias do além-Europa – neste caso, das mulheres latinas”, conta a coletiva.
Circuito das águas busca reviver a história soterrada dos rios nas periferias da cidade e sua relação com a identidade das mulheres. Ao todo serão 15 obras – 5 delas colaborativas, entre Sabres e danirampe – compostas de diferentes técnicas, como pintura, colagem e desenho digital. Cada artista escolheu um ponto geográfico como catalisador de ideias: danirampe, o Rio Tamanduateí, e Sabres, a represa Guarapiranga. “É uma coletiva de mulheres artistas e pesquisadoras que se juntam para, então, conseguirem realizar seus sonhos e trabalhos dentro do campo artístico-cultural.
São mulheres que gostam de trabalhar a temática feminina, a partir de si mesmas e das observações feitas na convivência com outras mulheres. Há a urgência de se falar de natureza, urgência essa que deve ser responsabilidade de todas nós. Por último – sem ordem de prioridade – tem o fato de as duas artistas serem mulheres de signo de água: artistas que transbordam”, comenta Victoria Madeiro, produtora e pesquisadora das Afluentes.
“Venho resgatando partes de mim abafadas sob um asfalto, assim como as águas que circulam abaixo e nas margens daqui. A sensação que desejo é de fluidez. Que todas saiam instigadas com a possibilidade de conhecer e reverberar as águas em si próprias e todas as águas pelas quais cruzam”, conta Sabres
“As mulheres das artes precisam ter mais espaço e visibilidade. Um caminho para se fazer isso é estarem juntas. As pessoas periféricas podem e devem pesquisar seus
territórios tendo-o como inspiração para falar e fazer arte”, destaca danirampes.
A exposição Circuito das águas recebe apoio do VAI – Programa para a Valorização de Iniciativas Culturais e deve permanecer aberta ao público até o dia 15/05.
SOBRE A COLETIVA
Serviço
Circuito das águas
Dias: 15/04 a 15/05, de terça a domingo
Horário: 10 às 20h
Local: Centro Cultural Santo Amaro – Espaço Ruth Guimarães
Endereço: Avenida João Dias, 822 – Santo Amaro, São Paulo – SP
Entrada gratuita Classificação: Livre